Fenda Coclear

A cápsula óssea ótica tem desenvolvimento embriológico único, formado a partir de 3 camadas diferentes: camada endosteal interna, camada média e a camada periosteal externa. No feto, a camada média é primeiramente composta por áreas de cartilagem, que podem persistir ou se diferenciar em osso endocondral ou tecido fibroso.

A ossificação da camada média não está completa até o nascimento, embora as áreas cartilaginosas possam persistir por muito mais tempo. Nas imagens de tomografia computadorizada atuais, freqüentemente vemos as porções não ossificadas como focos hipoatenuantes e lineares, especialmente em crianças. O foco hipoatenuado mais freqüente da cápsula ótica é a fissula ante fenestram, que é anterior à janela oval. Chadwell et al descobriram que 41% dos indivíduos com idade entre 0-19 anos demonstraram focos hipoatenuantes na fissula ante fenestram. Este achado é denominado de “fenda coclear” e a incidência diminui com a idade, indicando continuação da ossificação.

É importante ter uma compreensão da embriologia do osso temporal para diagnosticar adequadamente a doença e diferenciar a patologia do desenvolvimento normal. Idade, simetria, morfologia, distinção de margens e características associadas ajudam a distinguir uma fenda normal da cóclea de entidades patológicas que poderiam causar a alteração do osso, como a otospongiose (otosclerose), doença de Paget e osteogênese imperfeita.

Referências:
1.    Chadwell JB, Halsted MJ, et al. The cochlear cleft. AJNR. 2004;25:21-24.
2.    Moser T, Veillon F, et al. The hypodense focus in the petrous apex: A potential pitfall in multidetector CT imaging of the temporal bone. AJNR. 2008;29:35-39.
 
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